domingo, 17 de abril de 2011

Sousa Cintra sobre FCP antes do FCP - SCP

Sousa Cintra: Ganhar no Dragão? «Difícil, FC Porto dá show de futebol»



Repete a palavra difícil quando antevê o duelo entre leões e dragões deste fim-de-semana. «Os três pontos fazem tanta falta ao Sporting» mas «a força que o FC Porto tem» vai encher o desafio de dificuldades. Entre elogios aos azuis e brancos e apelos à união dos leões, Sousa Cintra, em entrevista ao zerozero.pt, faz a antevisão do clássico.
«Ao Sporting fazem tanta falta os três pontos...» O resumo surge na boca de Sousa Cintra, para quem a conquista do terceiro lugar pelos leões é «mesmo muito importante» mas, tendo em conta a «força impressionante» com que o Sporting de Braga tem jogado, aliado ao facto de os dragões possuírem «a melhor equipa portuguesa», as perspectivas não são animadoras.
O ex-presidente admite que os leões vão entrar em campo «nervosos», «precisam de ganhar», sabem que o Sporting de Braga está em crescendo e «a jogar bem».«Vai ser um jogo muito difícil. Muito difícil mesmo». Sousa Cintra não sabe se o clássico deste Domingo será o jogo do ano para os leões mas consegue encontrar uma série de problemas para o clube que, em tempos, comandou: «A força que o FC Porto tem é indiscutível, não vale a pena estar com demagogias. Ganhou o campeonato com mérito, não foi com favor e nas competições europeias está a dar um show de futebol!»
Juntam-se a estes argumentos outros tantos: «O Sporting vai enfrentar um clube cheio de garra, de ânimo, de confiança, com aquela força...» Faz uma pausa e repete: «Vai ser muito difícil, ainda por cima diante de uma equipa que já ganhou o título, vai jogar com a maior tranquilidade do mundo».
Instantâneo, o orgulho e as motivações sportinguistas vêm ao de cima: «Nestes jogos, nunca se sabe o que pode acontecer. Espero que ganhe o melhor e que o melhor seja o Sporting, embora reconheça as dificuldades que vamos encontrar».
As «suas» eleições e o momento actual dos leões
É um dos mais carismáticos dirigentes da história leonina e o momento não podia ser mais semelhante ao que encontrou quando se candidatou à presidência do emblema de Alvalade. Sousa Cintra corrige, diz que na altura a situação ainda era pior, «havia salários em atraso», «o Sporting devia dinheiro a toda a gente», era uma «situação caótica», resume.
A memória não lhe falha e caracteriza como «esmagadora» a vitória que teve sobre os restantes candidatos. «Os outros três tiveram 25 por cento e eu sozinho tive 75», sublinha, orgulhando-se de ter conseguido unir o mundo verde e branco. Desta vez, diz, «foi um pouco diferente», mostrando-se, ainda assim, satisfeito com a «vitalidade» e o «entusiasmo» demonstrados pela massa associativa: «Demonstra que os sportinguistas estão interessados no clube, vivem o Sporting», sublinha, não querendo comentar nem analisar o peso que a instabilidade directiva que esta época se abateu sobre os leões teve nos resultados desportivos.
O que pede é união: «Depois das eleições devem andar todos unidos, em torno do seu clube. Ganhou quem ganhou, acabou-se a guerra e as opiniões diversas. Têm que estar unidos porque a união faz a força e é isso que o Sporting precisa», alerta.
Experiente, Sousa Cintra admite que o emblema verde e branco precisa de «reforçar o seu plantel» mas acima disso é necessário «outro entusiasmo, outra dinâmica, outra crença». O ex-presidente refere a importância de um «estímulo» para que os sportinguistas voltem a acreditar no clube: «Acho que essa força e esse apoio da massa associativa são indispensáveis para o futuro do Sporting. Espero que os sportinguistas correspondam a isto mesmo, que as coisas corram bem e que se acabe com pequenos desacatos que não são benéficos para ninguém», atirou, rematando com optimismo e dizendo-se esperançoso de que «as coisas no Sporting vão mudar para melhor».
O apelo à rivalidade «só no relvado»
«Quando se joga é para ganhar e é no relvado que deve haver essa rivalidade. As pessoas devem ter um comportamento mais digno», aconselha Sousa Cintra, evitando o estado de «guerrilha e ódio» que tem vindo a instalar-se no futebol português.
A rivalidade é «bonita» mas «tem que ser dentro das quatro linhas», alerta o ex-presidente, que se orgulha de nos seis anos em que dirigiu os leões sempre ter tido uma boa relação com os azuis e brancos. Sousa Cintra é um defensor da união, diz que os clubes têm mais força juntos perante as diversas instâncias do futebol e por isso tem a certeza que no clássico deste Domingo os presidentes dos dois clubes vão assistir à partida como mandam as regras, lado a lado.

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