sábado, 9 de abril de 2011

Para ler e refletir!

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Ao sexto dia estava Deus todo atarefado, já fazendo horas extraordinárias, quando aparece um Anjo e diz: - Está levando muito tempo nessa criação Senhor! O que tem de tão especial esse homem?

Deus respondeu:
 - Já viste o que me pedem neste modelo?
Um polícia tem que correr 10 km por ruas escuras, subir paredes, saltar muros, entrar em matagais, invadir casas que nem um delegado de saúde pública ousa penetrar.
Tem que estar sempre em boa forma física, quando nem sequer lhe dão tempo para comer.
Tem que investigar um homicídio, descobrir provas nessa mesma noite, fazer o expediente e no dia seguinte ir ao tribunal prestar depoimento.
Também tem que possuir quatro braços, para poder conduzir, disparar e ainda chamar reforço pelo rádio.

O Anjo olha para Deus e diz: quatro braços? Impossível!

Deus responde: não são os quatro braços que são o problema, mas sim três pares de olhos que necessita.

Também pedem isso nesse modelo? – Pergunta o Anjo.

- Sim, necessita de um par com raio-X, para saber quem são os criminosos de entre a multidão e o que escondem nos seus corpos;
necessita de outro um par para cuidar de seu companheiro e outro ainda para conseguir olhar e zelar pelas vítimas que estejam sangrando.
Ter o discernimento necessário para julgar tudo numa fracção de segundo, e dizer que tudo vai correr bem, quando sabe que isso nem sempre corresponde à verdade.

Nesse momento, o Anjo diz: Descanse e poderá trabalhar amanhã.

Não posso, responde Deus! Além disso ele tem ainda que ser capaz de acalmar ou dominar um drogado de 130 quilos sem nenhum incidente.
Estar sempre pronto para morrer em serviço de arma em punho com o sentimento de honra correndo nas veias e ao mesmo tempo manter uma família com seu pequeno salário.

Espantado o Anjo pergunta a Deus: Mas Senhor! Não é muita coisa para colocar  num só modelo?

Deus rapidamente responde: É, e para acrescentar tudo isso vou ter de tirar algumas coisas,vou tirar:
O orgulho pois, infelizmente, para ser reconhecido e homenageado ele terá que estar morto.
Ele também não irá precisar de compaixão, pois, verá todos os dias da sua vida o que ninguém vê, a dor das vítimas despedaçadas, jovens ou velhas, vidas destruídas e ao sair do velório de seu companheiro, ele terá que voltar ao serviço e cumprir sua missão normalmente.

Então ele será uma pessoa fria e cruel? - Pergunta o Anjo.

Claro que não – responde Deus.
Ao chegar em casa, deverá esquecer que ficou frente à morte e dar um abraço carinhoso aos seus filhos dizendo que está tudo bem.
Terá que esquecer os tiros disparados ao dar um beijo apaixonado na sua esposa.
Terá que esquecer as ameaças sofridas e fazer contas à vida com o seu magro salário.
E terá que ter muita, mas muita coragem para no dia seguinte, acordar e voltar ao trabalho, sem saber se irá regressar a casa novamente.

O Anjo olha para o modelo e pergunta, confuso: E com tudo isso, ele poderá ainda pensar?

Claro que sim! – Responde Deus.
Poderá investigar, juntar provas e prender criminosos em menos tempo que cinco juízes levam discutindo a legalidade dessa prisão… Poderá suportar as cenas de crimes às portas do inferno, consolar a família de uma vítima de homicídio e interrogar e vasculhar as almas dos criminosos alheando-se dos sentimentos, e no outro dia ler nos jornais notícias de como os policias são insensíveis aos "Direitos dos Criminosos".

Por fim, o Anjo olha para o modelo, passa-lhe os dedos pelas pálpebras e diz: Meu Deus, ele está deitando água.. Eu acho que está pondo muita coisa nesse modelo!

Não é água, são lágrimas… Responde Deus.

E porquê lágrimas? – Perguntou o Anjo.

Deus respondeu:
Por todas as emoções que carrega dentro de si…
Por uma mãe morta...
Por uma criança esfaqueada...
Por um companheiro caído…
E por um sentimento chamado justiça!

É um génio! – Responde-lhe o Anjo.

Deus olha para o Anjo e em tom sério diz: Não fui eu quem lhe pôs as lágrimas… Ele chora porque é simplesmente um HOMEM!

Dedicado a todos os guerreiros anónimos, que deixam as suas casas, famílias, amigos e sonhos, encarando a morte para combater a criminalidade, garantindo assim a ordem pública e zelando pela  segurança de todos, pela vida dos que juraram proteger, mesmo que isso custe as suas próprias vidas.
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